14/12/2010 , às 12h34
Brasil reduz taxa de desnutrição infantil e atinge meta estabelecida pela ONU
Queda do número de menores de 5 anos com baixo peso ou altura tem impacto na redução da mortalidade na infância. Ampliação do aleitamento materno também contribui; em cinco anos, doadoras de leite humano passam de 60,4 mil para 113,8 mil
A desnutrição infantil, cuja queda é um dos principais fatores que contribuíram para a redução da morte entre crianças, é um desafio já superado pelo país. A redução desta taxa era uma das metas do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio 1 – Erradicar a Extrema Pobreza e a Fome, alcançado neste ano, o que levou o país a ser premiado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro. O dado está no “Saúde Brasil 2009”, publicação anual do Ministério da Saúde que reúne análises e indicadores de saúde no país.
O levantamento aponta o Brasil como um dos países que mais avançaram na redução da desnutrição infantil, entre 1989 e 2006. No período, a proporção de crianças menores de cinco anos com baixo peso para idade caiu de 7,1% para 1,8%; e com baixa altura, de 19,6% para 6,8%.
Os resultados podem ser atribuídos a quatro fatores: o aumento da escolaridade materna; a melhoria do poder aquisitivo das famílias; a melhoria da atenção à saúde – principalmente para mulheres e crianças, coincidente com a expansão da Estratégia Saúde da Família (ESF) em todo o país; e o aumento da cobertura de saneamento básico, como acesso à água encanada e rede de esgotamento sanitário.
A evolução da Atenção Primária à Saúde é central para a garantia do acesso e promoção da saúde e prevenção de doenças. A ESF, carro-chefe da atenção primária, está presente hoje em 99% dos municípios brasileiros, com 31.500 equipes. Estudos internacionais mostram que cada aumento de 10% na cobertura da Saúde da Família corresponde uma redução de 4,6% na mortalidade infantil.
Além da ESF, o Pacto pela Saúde e as ações de incentivo ao aleitamento materno são políticas públicas do Ministério da Saúde essenciais no combate à desnutrição. O baixo peso para idade representa um dos indicadores do Pacto pela Saúde, firmado em 2007. Os três componentes são: Pacto pela Vida; Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão.
Entre os compromissos do Pacto pela Vida estão reduzir a mortalidade materno-infantil; fortalecer a capacidade de resposta do sistema de saúde às doenças emergentes e endemias (como dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza); fortalecer a atenção básica, por meio da consolidação da estratégia da saúde da família; e promover a saúde, com ações voltadas para o desenvolvimento de hábitos saudáveis.
Desde a criação do pacto, municípios e estados passaram a expressar melhor a sua estrutura de saúde, por meio da construção de seus termos de compromisso de gestão, apontando as suas fragilidades e orientando as ações de cooperação técnica entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
ALEITAMENTO – Já a amamentação exclusiva com leite materno durante os primeiros seis meses de vida protege o bebê de diversas doenças (inclusive a longo prazo, já na fase adulta), tais como diabetes, infecções respiratórias, otite, alergias, diarréia, infecções urinárias, cáries e má oclusão dentária e outras doenças. Entre 2003 e 2009, a coleta de leite materno aumentou em 56,3%. Existem, atualmente, 200 bancos de leite espalhados pelo país.
As campanhas do ministério contribuíram para o aumento no número de doadoras de leite humano – subiu 88,4% em cinco anos, passando de 60,4 mil mulheres, em 2003, para 113,8 mil, em 2008. A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (RedeBLH), criada em 1985, é considerada pela OMS a maior e com tecnologia mais complexa do mundo. O Brasil repassa conhecimento sobre controle de qualidade e processamento de leite materno para 22 países da América Latina, Caribe, África e Europa.
Em 2008, o Ministério da Saúde criou também a Rede Amamenta Brasil, que visa ampliar a troca de informações sobre aleitamento materno, capacitando os profissionais que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) para que se tornem multiplicadores. A rede possibilita ainda o monitoramento dos índices de amamentação das populações.
Figura 1. Prevalência (%) do déficit de peso para idade entre crianças menores de cinco anos. Brasil, 1974, 1989, 1996, 2003 e 2006
Fontes: Estudo Nacional de Despesas Familiares (ENDEF); Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (PNSN); Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF); e Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS).
Figura 2. Prevalência (%) do déficit de altura para idade entre crianças menores de cinco anos. Brasil, 1974, 1989, 1996, 2003 e 2006
Fontes: Estudo Nacional de Despesas Familiares (ENDEF); Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (PNSN); Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF); e Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS).
Figura 3. Proporção (%) de internações de menores de um ano de idade por desnutrição em relação às internações totais dessa faixa etária. Brasil, 2000, 2002, 2004, 2006 e 2008
Figura 4. Proporção de óbitos de menores de um ano de idade por desnutrição em relação aos óbitos totais dessa faixa etária. Brasil, 1996, 1998, 2000, 2002, 2004 e 2006
Fonte: SIM/SVS/MS
Figura 8. Prevalência (%) de aleitamento materno segundo tipo de aleitamento e idade da criança. Brasil, 1989, 1999 e 2008
Fonte: Pesquisa Nacional de Prevalência de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal (I e II)
Figura 9. Prevalência (%) de déficit de peso para idade entre crianças menores de cinco anos, com intervalos de confiança (95%) para a diferença de médias de 1996 e 2006. Macrorregiões brasileiras, 1996 a 2006
Fonte: Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS: 1996 e 2006)
*NS – diferença não significante de um período para o outro, segundo teste de diferença de médias (Teste t-Student) com valor de p>0,05
Figura 10. Prevalência (%) de déficit de altura para idade entre crianças menores de cinco anos, com intervalos de confiança (95%) para a diferença de médias de 1996 e 2006. Macrorregiões brasileiras, 1996 a 2006
Fonte: Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS: 1996 e 2006)
*NS – diferença não significante de um período para o outro, segundo teste de diferença de médias (Teste t-Student) com valor de p>0,05
A desnutrição infantil, cuja queda é um dos principais fatores que contribuíram para a redução da morte entre crianças, é um desafio já superado pelo país. A redução desta taxa era uma das metas do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio 1 – Erradicar a Extrema Pobreza e a Fome, alcançado neste ano, o que levou o país a ser premiado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro. O dado está no “Saúde Brasil 2009”, publicação anual do Ministério da Saúde que reúne análises e indicadores de saúde no país.
O levantamento aponta o Brasil como um dos países que mais avançaram na redução da desnutrição infantil, entre 1989 e 2006. No período, a proporção de crianças menores de cinco anos com baixo peso para idade caiu de 7,1% para 1,8%; e com baixa altura, de 19,6% para 6,8%.
Os resultados podem ser atribuídos a quatro fatores: o aumento da escolaridade materna; a melhoria do poder aquisitivo das famílias; a melhoria da atenção à saúde – principalmente para mulheres e crianças, coincidente com a expansão da Estratégia Saúde da Família (ESF) em todo o país; e o aumento da cobertura de saneamento básico, como acesso à água encanada e rede de esgotamento sanitário.
A evolução da Atenção Primária à Saúde é central para a garantia do acesso e promoção da saúde e prevenção de doenças. A ESF, carro-chefe da atenção primária, está presente hoje em 99% dos municípios brasileiros, com 31.500 equipes. Estudos internacionais mostram que cada aumento de 10% na cobertura da Saúde da Família corresponde uma redução de 4,6% na mortalidade infantil.
Além da ESF, o Pacto pela Saúde e as ações de incentivo ao aleitamento materno são políticas públicas do Ministério da Saúde essenciais no combate à desnutrição. O baixo peso para idade representa um dos indicadores do Pacto pela Saúde, firmado em 2007. Os três componentes são: Pacto pela Vida; Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão.
Entre os compromissos do Pacto pela Vida estão reduzir a mortalidade materno-infantil; fortalecer a capacidade de resposta do sistema de saúde às doenças emergentes e endemias (como dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza); fortalecer a atenção básica, por meio da consolidação da estratégia da saúde da família; e promover a saúde, com ações voltadas para o desenvolvimento de hábitos saudáveis.
Desde a criação do pacto, municípios e estados passaram a expressar melhor a sua estrutura de saúde, por meio da construção de seus termos de compromisso de gestão, apontando as suas fragilidades e orientando as ações de cooperação técnica entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
ALEITAMENTO – Já a amamentação exclusiva com leite materno durante os primeiros seis meses de vida protege o bebê de diversas doenças (inclusive a longo prazo, já na fase adulta), tais como diabetes, infecções respiratórias, otite, alergias, diarréia, infecções urinárias, cáries e má oclusão dentária e outras doenças. Entre 2003 e 2009, a coleta de leite materno aumentou em 56,3%. Existem, atualmente, 200 bancos de leite espalhados pelo país.
As campanhas do ministério contribuíram para o aumento no número de doadoras de leite humano – subiu 88,4% em cinco anos, passando de 60,4 mil mulheres, em 2003, para 113,8 mil, em 2008. A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (RedeBLH), criada em 1985, é considerada pela OMS a maior e com tecnologia mais complexa do mundo. O Brasil repassa conhecimento sobre controle de qualidade e processamento de leite materno para 22 países da América Latina, Caribe, África e Europa.
Em 2008, o Ministério da Saúde criou também a Rede Amamenta Brasil, que visa ampliar a troca de informações sobre aleitamento materno, capacitando os profissionais que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) para que se tornem multiplicadores. A rede possibilita ainda o monitoramento dos índices de amamentação das populações.
Figura 1. Prevalência (%) do déficit de peso para idade entre crianças menores de cinco anos. Brasil, 1974, 1989, 1996, 2003 e 2006
Fontes: Estudo Nacional de Despesas Familiares (ENDEF); Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (PNSN); Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF); e Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS).
Figura 2. Prevalência (%) do déficit de altura para idade entre crianças menores de cinco anos. Brasil, 1974, 1989, 1996, 2003 e 2006
Fontes: Estudo Nacional de Despesas Familiares (ENDEF); Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (PNSN); Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF); e Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS).
Figura 3. Proporção (%) de internações de menores de um ano de idade por desnutrição em relação às internações totais dessa faixa etária. Brasil, 2000, 2002, 2004, 2006 e 2008
Figura 4. Proporção de óbitos de menores de um ano de idade por desnutrição em relação aos óbitos totais dessa faixa etária. Brasil, 1996, 1998, 2000, 2002, 2004 e 2006
Figura 8. Prevalência (%) de aleitamento materno segundo tipo de aleitamento e idade da criança. Brasil, 1989, 1999 e 2008
Fonte: Pesquisa Nacional de Prevalência de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal (I e II)
Figura 9. Prevalência (%) de déficit de peso para idade entre crianças menores de cinco anos, com intervalos de confiança (95%) para a diferença de médias de 1996 e 2006. Macrorregiões brasileiras, 1996 a 2006
*NS – diferença não significante de um período para o outro, segundo teste de diferença de médias (Teste t-Student) com valor de p>0,05
Figura 10. Prevalência (%) de déficit de altura para idade entre crianças menores de cinco anos, com intervalos de confiança (95%) para a diferença de médias de 1996 e 2006. Macrorregiões brasileiras, 1996 a 2006
Fonte: Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS: 1996 e 2006)
*NS – diferença não significante de um período para o outro, segundo teste de diferença de médias (Teste t-Student) com valor de p>0,05
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