quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Enfermeira com TB contamina bebes

A Secretaria Municipal de Saúde confirmou três casos de tuberculose em recém-nascidos entre fevereiro e maio deste ano na maternidade do Hospital Madre Theodora. A confirmação, no entanto, só aconteceu no mês de agosto e divulgada à imprensa nesta quinta-feira (20).  A contaminação se deu  por uma técnica de enfermagem que estava com a doença. Os casos foram identificados pela Vigilância Epidemiológica em Saúde. 

Em nota oficial (leia a íntegra abaixo), o Hospital e Maternidade Madre Theodora, confirma que assim que  recebeu a notificação da Vigilância Epidemiológica, investigou o caso e localizou um funcionário com tuberculose pulmonar. O funcionário, que estava em férias desde o dia 1° de julho, está afastado do trabalho. Ainda de acordo com a nota, o Madre Theodora realizou uma investigação para descartar a doença em pessoas próximas da fonte e está fazendo o mesmo com todo o seu quadro de funcionários. Até agora não há nenhum outro caso dentro da instituição.
A tuberculose é uma doença infecciosa e curavel. Ela é causada por uma bactéria chamada de Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como Bacilo de Koch, em homenagem a Robert Koch, médico alemão que identificou a bactéria. A doença é bastante conhecida por afetar principalmente os pulmões, mas também pode atingir outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro). Apesar da simplicidade do contágio, somente de 5% a 10% dos infectados pelo Bacilo de Koch desenvolvem a doença, nos demais, o sistema imunológico combate a exposição.
As três crianças receberam o diagnóstico de tuberculose  em atendimento nos hospitais Maternidade Celso Pierro, Hospital Mário Gatti e Centro Médico. De acordo com a enfermeira sanitarista  Brigina Kemp, o foco de transmissão já foi afastado do hospital onde ocorreu a transmissão e as três crianças já deram início ao tratamento e respondem bem. Apenas uma continua internada.

Desde a última terça-feira (18), o hospital começou a encaminhar cartas para as residências das crianças nascidas entre janeiro e junho deste ano para que as crianças que tiveram contato direto com a fonte passem por investigação. Inicialmente, 354 crianças devem ser chamadas.

Em seguida, outras 1.303 crianças deverão ser chamadas. A carta indicará a data de comparecimento. Brigina informou que se trata de uma transmissão focal e não há motivo para pânico já que o foco de transmissão foi contido. “Não há mais risco a partir daquela situação. As pessoas podem ficar tranquilas”, disse. Todos os 800 funcionários da instituição também passaram por avaliação. De acordo com a literatura médica, este é o segundo caso descrito de transmissão interhospitalar de tuberculose em recém-nascidos. O primeiro caso aconteceu na Itália.


CONFIRA NOTA OFICIAL DO MADRE THEODORA

'No último mês de agosto, foram confirmados três casos de tuberculose em bebês na cidade de Campinas. Os diagnósticos foram realizados no Centro Médico, no Hospital e Maternidade Celso Pierro e no Hospital Municipal Dr. Mario Gatti. As crianças diagnosticadas nasceram no Hospital e Maternidade Madre Theodora no período de fevereiro a maio de 2012.


Apesar de a tuberculose possuir tratamento e cura, para evitar uma disseminação da enfermidade, é necessário realizar avaliações para descartar possíveis quadros da doença e garantir o bem estar e saúde dos possíveis expostos.

O Hospital e Maternidade Madre Theodora, assim que recebeu a notificação da Vigilância Epidemiológica, investigou o caso e localizou um colaborador com tuberculose pulmonar. O funcionário, que estava em férias desde o dia 1° de julho, durante este período, foi diagnosticado no Hospital e Maternidade Celso Pierro. Desde então ele continua afastado de suas atividades profissionais. O Madre Theodora realizou uma investigação para descartar a doença em pessoas próximas da fonte e está fazendo o mesmo com todo o seu quadro de funcionários por meio da realização de exames de Raio-X de Tórax e PPD (Derivado de Proteína Purificada). Vale ressaltar que não há nenhum outro caso dentro da instituição.

Para proporcionar mais tranquilidade aos seus pacientes, o hospital, em conjunto com a Vigilância Epidemiológica do Estado e do município, também começará a investigar se existem outros casos da doença nos bebês nascidos na instituição entre os meses de janeiro e junho de 2012. Este processo se dará em duas etapas: na primeira, serão examinados os que tiveram contato direto com a fonte; em seguida os que puderam ter sido expostos a ela. Os pais das crianças receberão uma carta em suas residências com uma data de comparecimento agendada, para a realização de consulta médica e exames, que iniciarão a partir da semana do dia 24 de setembro.

Sobre a doença

A tuberculose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada de Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como Bacilo de Koch, em homenagem a Robert Koch, médico alemão que identificou a bactéria. A doença é bastante conhecida por afetar principalmente os pulmões, mas também pode atingir outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro).

Transmitida por meio de aerosol (minúsculas gotículas de saliva), a tuberculose tem como sintoma mais comum a tosse, que no início é seca e contínua. Com o passar do tempo, apresenta secreção, podendo se transformar em uma tosse com pus ou sangue.

Entre as décadas de 80 e 90, quando se começou a falar sobre HIV, a infecção por tuberculose voltou a ser uma grande preocupação, já que pacientes com a imunidade comprometida são mais suscetíveis ao bacilo. Além da AIDS, pessoas com diabetes, insuficiência renal crônica (IRA), desnutridas, idosos doentes, usuários de álcool e outras drogas/tabagistas, pulmonares crônicas estão mais propensas a contrair a tuberculose.

Em 2010, aproximadamente 6,2 milhões de casos foram notificados. O Brasil é o 16° país com maior incidência de tuberculose no mundo. No entanto, esta incidência tem caído consideravelmente nos últimos anos. Enquanto em 1999 era de 51 casos para cada 100.000 habitantes, em 2007 já havia caído para 38 por 100.000.

Apesar da simplicidade do contágio, somente de 5% a 10% dos infectados pelo Bacilo de Koch desenvolvem a doença, nos demais, o sistema imunológico combate a exposição.

Nas crianças, principalmente nos lactantes, o diagnóstico é muito difícil, pois elas não apresentam sintomas bem característicos como febre vespertina, tosse produtiva, sudorese noturna e emagrecimento, comuns nos adultos, por exemplo. Elas geralmente possuem quadros pulmonares arrastados, que são tratados, mas retornam e parecem não sarar por completo, apresentam principalmente dificuldades de ganho de peso, além de apresentarem manifestações extra - pulmonares.

A tuberculose, no entanto tem cura. O tratamento indicado acontece à base de um esquema de drogas antibacterianas associadas: rifampicina (R), isoniazida (H), pirazinamida (Z) e etambutol (E). O tratamento deve ser feito por no mínimo seis meses, sem interrupção, diariamente. É importante frisar que os pacientes deixam de transmitir a tuberculose após aproximadamente 15 dias de tratamento e que bebês não transmitem a bactéria. O indivíduo pode voltar a transmitir a doença caso não complete o tratamento pelo período indicado.

A suspeita da doença é levantada pela história clínica de tosse por mais de três semanas, sem outra causa. O raio-x de tórax é um exame que ajuda a confirmar a suspeita quando apresenta resultado alterado. O diagnóstico, que comprova a doença, é realizado por meio da coleta de escarro com pesquisa e cultura de agente da tuberculose positivo.

Existe uma vacina chamada de BCG, que faz parte do calendário vacinal nacional, e é administrada em recém-nascidos, ou o mais precocemente possível, para evitar formas graves de tuberculose como a neurológica e miliar'.

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